terça-feira, 25 de agosto de 2009

Aliança militar estratégica


O que se pode querer de uma aliança militar estratégica? Muitas coisas sem dúvida, mas quais seriam ao menos os principais pontos?

Aos políticos cabe pensar em alguns, aos comandantes das Forças Armadas cabe pensar em alguns outros, a população pensa em mais outros e os países vizinhos em mais outro... Ah sim! Ia me esquecendo dos maiores jogadores do "xadrez mundial" que sempre estão ligados e antenados nas novidades do momento!

Pois então sem pensar em tantos pontos uma questão assombra muitos dos aficcionados por militaria (tal como eu) e que também acreditam ainda neste país (tal como eu):
"Por que não a Rússia?"

Ora mais que diabos, temos tantos negócios hoje coma França e tanta "abertura" para negócios com os EUA, mas timidamente compramos helicópteros russos, tivemos uma visitinha do Medved aqui ano passado e ele não veio à toa.
O "Urso" como a Rússia é carinhosamente apelidada já demonstrou pujança, super
ação e capacidade de seu povo em diversas ocasiões. A "raça" é vitoriosa por diversas razões e com as comprovações históricas ao seu lado.

Até mesmo suas obras que "dão errado" acabam "dando meio que certo" como o "Admiral Flota Sovetskovo Soyuza Kuznetsov" ou Almirante de Frota da União Soviética Kusnetsov. O que deveria ser um porta-aviões convencional, ganhou ares de "crusador" por transportar mísseis mar-mar ou mar-terra de acordo com a missão, e além disso é rápido, ligeiro e eficaz em sua ala aérea.

O Kuznetsov é vítima porém da injustiça e da falta de verbas da defesa Russa mas ainda se mantém operacional e causando inveja por suas capacidades, mesmo que sob o efeito da típica construção russa, robusta porém com "péssimo acabamento".

Ora quem liga para acabamento em meio à uma batalha, o importante é ter um bom equipamento com capacidade de prontidão devida e que faça o trabalho solicitado da forma correta e no tempo devido. O que se precisa em um MBT (Main Battle Tank ou Tanque Principal de Batalha) que não seja poder de fogo, mobilidade e boa proteção/blindagem? Justamente é isso "tudo" que se encontra no T-90?

É isso que faz a aliança com a Rússia um excelente negócio, a eficiência. Eles não querem e nem nunca quiseram saber de perfumaria, eles sabem do que funciona. Foi a única nação a fazer seu projeto espacial tendo o primeiro lançamento com sucesso (nós já falhamos duas vezes). Foram vitoriosos contra os melhores treinados e equipados Franceses e depois contra os muito superiores Alemães (tudo bem que a maior parte do trabalho ficou com os Generais Novembro, Dezembro e Janeiro).

É visível que os produtos russos possuem uma fortíssima herança da União Soviética, alguns dizem até que mesmo os mais novos produtos ainda apr
esentam um forte aroma de socialismo. É claro e óbvio também que eles estão correndo atrás da técnologia de EUA e Europa, mas ainda fazem isso muito bem, à exemplo das capacidades de um Su-35, o jato de 4.5 Geração de combate que luta com caças de 5ª geração de forma a arriscar seus inimigos à serem derrotados até no caso mais extremo.

O grande vilão ainda reside em um ponto chave... O que seria do Tio Sam se começarmos a comprar armas da CCCP? (sim a antiga sigla da União das Repúblicas Socialistas Soviética). Eles já estão procurando desculpas para se enfiar na América do Sul e a desculpa oficial é o Chávez.

A guerra fria parece mais próxima a cada dia e os ventos de paz e calmaria da América do Sul já não são os mesmos. O fato é que o "Urso" acordou e se tornou mais perigoso do que nunca! Ele não está nem um pouco se importando sobre vender a tecnologia, pagando o preço eles topam qualquer coisa.
O problema mesmo é ser visto como inimigo pelos EUA que podem nos tirar do final da listinha de "satãs" para colocar nosso nome no ínicio do caderninho, quem sabe até na frente do Chávez (olha que emoção)!

O drama da modernização de nossas forças hoje trata muito da questão de possuirmos um parceiro estatégico que nos daria o trampolim de tecnologia e conhecimento para que possamos sustentar uma indústria nacional capaz de nos suprir no futuro próximo e quem sabe até desenvolver novas tecnologias e equipamentos no futuro mais distante.

A Rússia já foi parceira militar estratégica da China por anos e anos, os chineses aproveitaram muito bem o período e "piratiaram" muita tecnologia, aprenderam muita coisa. Hoje os russos permanecem dispostos à possuírem um parceiro militar estratégico, porém eles querem que se pague o preço!

Podemos pagar ou não? Devemos acreditar que os EUA vão nos ver como "adversários" ou eles vão pensar duas vezes antes de mexer com um aliado de Moscou (assim como pensaram duas vezes antes de mexer com a Coréia do Norte no quintal da China)? Vão pensar duas ou três vezes depois que os russos mostraram alegremente submarinos nucleares de ataque próximo de águas americanas, só para não dizer que não estavam ali?

Mas vale pensar, pois os russos oferecem tudo, é só precisa se de pagar o preço.

Saludos e boa semana à todos!

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