segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Sem título



Encarcerado no alvorecer tardio de um dia,
ali guardadas estão minhas esperanças...
Daquilo que mesmo tardio não faltará,
daquilo que mesmo tardio ainda sim chegará.

Não sei ao certo do que escrevo,
já me perdi por essas linhas tantas vezes,
esse encontro de linhas, tinta, papel...
Esses códigos loucos que usamos para nos comunicar...

Essa linguagem toda, que tão vazia parece ser,
pois a magia ainda existe e ela, maldita!
A magia que insiste em existir!
A maldita!

Não quero saber dela, tão pouco de seus feitos...
Mas sou incorrigível, me engano nesses códigos,
nas palavras que sem sentido ficam pois assim não sou...

Quero ir longe, voar, transcender...
Quando não consigo sequer sair da cadeira onde estou,
este lugar seguro, pequeno e intímo...
Meu mundo, dele não quero sair.

A luz vem, tomando de assalto todo o espaço,
mesmo que em meu sono eu lute para permanecer,
o sol de meio de dia não me permite vencer...

Até onde posso ir?
Nada além dessas quatro paredes...
Mas a porta está aberta?
Pouco importa, dela não passarei...
Por que tamanha descrença?
Já tive crença em excesso...
Vamos, venha, vamos partir!
Não sonhes seu tolo, partir só irás se for ao meio.

Mas mesmo com toda essa força e essa vontade,
de permanecer aqui encarcerado...
Sei que basta uma luz surgir em meu peito,
e toda a desgraça da magia voltará...

Ah magia...
Ah maldita!

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