quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Batimento de Quilha

"O início da edificação do casco é marcado pelo posicionamento do principal elemento estrutural longitudinal, a quilha. Na antigüidade, os marinheiros, que viam o navio como uma criatura viva, chamavam a quilha de coração e como sempre foram supersticiosos, cercavam sua construção de muitos cuidados especiais, para evitar as "forças do mal". O primeiro prego era fixado à quilha junto com uma ferradura, para dar sorte. Daí surgiu a primeira cerimônia, o batimento de quilha.

Reza ainda a tradição naval que, finalizada a edificação, o navio é lançado ao mar em uma cerimônia conhecida como "bota-fora". Nesta ocasião, é batizado por uma madrinha e recebe seu nome oficial, sendo esse costume marcado com a quebra em seu costado de uma garrafa d’água ou licor, que representa sorte à vida do navio."
EUCLIDES DUNCAN JANOT DE MATOS
Almirante-de-Esquadra
Chefe do Estado-Maior da Armada (em 2005)
QUE VENHA A MAIS NOVA ALMA AO MAR!!!
Tento me distanciar, mas a efitividade mesmo grande não permite muita distância...
Ao mar retorno com essa pequena curiosidade sobre o nascimento de um colosso!
As belonavers de hoje não precisam se servir de tantas místicas ou supertisções, pois a tecnologia e a resistência de seus componentes e materiais (advento de tecnologia) trabalham à favor da segurança, e o "mal" não mais é um "problema" para novas embarcações...
Mas o fato é que as belonaves permanecem sendo magníficas, majestosas, empreendimentos muito sérios que tomam muito tempo, anos em sua construção...
Trabalho e o suor de vários, de milhares para que todas as peças sejam encaixadas, para que todas as chapas de metal sejam precisamente cortadas, para que todos os pregos e rebites sejam devidamente apertados e para que nada de errado ocorra já no habitat natural do colosso.
Mesmo com toda a tecnologia e modernidade à nosso favor, os colossos ainda insistem em mostrar seus defeitos ou problemas somente em contato com o Mar! Testes e mais testes de mar podem ocorrer, mas somente a viagem inaugural tratará à tona aquilo que está errado. Curioso o fato de que mesmo após milênios do surgimento do barco, o problema permaneça sendo tão semelhante.
Mais curioso ainda é que cerimônias seculares como o batimento de quilha permanecem no mundo moderno, sem crendices ou supertições, porém com importância e sendo um dos marcos fundamentais na vida de uma náu seja civil ou militar. Assim como o "bota-fora" ou "lançamento ao mar" juntamente do "batismo" permanecem sendo cerimônias que guardam semelhanças com o passado e preservam os valores do passado mesmo nos mais novos colossos de metal...
O novo não vive sem o velho, sem a existência do velho e neste caso talvez o velho viva (e muito) dentro do novo.
Saludos e avante!
Ps..:: a imagem não se trata de uma imagem de batimento de quilha, somente mostra o casco em construção do CVN - 77 George H. W. Bush, nos EUA.

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