sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Notícia número 1!


Eliane Cantanhêde
O que é "estratégico"?


A aliança estratégica Brasil-França foi um passo importante do governo Lula. Os dois países não são alinhados a nenhum eixo de poder e reagem a um "mundo unipolar" que gire em torno de uma potência: os Estados Unidos.

O Brasil reforça a posição da França entre os países ricos do sobrevivente G8, e a França ajuda a alavancar o Brasil como líder emergente. Que sejam felizes para sempre, ou seja eterno enquanto dure.


A questão que se coloca é se a aliança é suficiente para justificar a a opção pelo caça Rafale, da francesa Dassault -que é classificado como "Mercedes" ou "Ferrari" e custa o dobro do avião sueco, o Gripen NG, e muito mais do que o norte-americano, o F-18 da Boeing, considerado o melhor do mundo.

A aliança Brasil-França já se materializa nas áreas mais diversas -em comércio, programas, cooperação, troca de técnicos- e tem o seu ponto de apoio mais concreto ($$$) justamente na área militar: um pacote de R$ 22,5 bilhões em helicópteros, submarinos convencionais e construção de submarino de propulsão nuclear para as Forças Armadas brasileiras. É pouco?

O governo, hoje, parece dividido entre os que defendem acatar o relatório técnico da FAB e os que querem a compra dos Rafale a qualquer custo (literalmente...). Ou entre os pragmáticos, que olham os caças nos céus com os pés no chão, e os "francófilos" (para não dizer antiamericanos), que veem exclusivamente a questão política.

A palavra final é de Lula, que deve pensar menos em conveniências de momento e mais nas questões práticas, técnicas, financeiras e efetivamente estratégicas.

Afinal, o que significa "estratégica(o)"? A aliança dos governos Lula e Sarkozy ou um pacote aeronáutico entre dois Estados que terá reflexo industrial e tecnológico nos próximos 30 anos?


Fonte: NOTIMP

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