quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

As Crônicas de Nárnia


The Chronicles of Narnia: The Voyage of the Dawn Treader
As Crônicas de Nárnia: A Viagem do Peregrino da Alvorada

Estou em "dívida" de alguns reviews cinematográficos do mês de Dezembro então vamos tirar o atraso!

Mais um filme da franquia, mais um baseado na obra de C. S. Lewis, confesso que quando os filmes sobre "As Crônicas de Nárnia" começaram à sair eu não fiquei muito à vontade com a imagem que tive sobre o autor, um anglicano que depois virou ateu convicto e voltou a fé cristã, sendo que chegou a ser chamado de "Elvis Presley Evangélico"???

Porém o gosto e contato de C. S. Lewis com a cultura medieval e em especial com a figura de Tolkien eram pontos positivos fortes e o trailer do primeiro filme me fascinou (O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa). Então após ter tomado gosto pela série e ter adorado o primeiro filme, veio o "Princípe Caspian", que é também muito bom.

O interessante foi ver como que ao sair de um totalmente mitológico o autor continuou a história tirando-a um pouco do eixo mitológico puro e trazendo para um círculo medieval-mitológico.


Vamos ao filme de agora, "A Viagem do Peregrino da Alvorada".

Desta vez dos irmãos Pevensie somente dois participam, Edmundo e Lúcia, sendo que Pedro e Susana estão presentes em "lembranças", o Príncipe Caspian já se tornou Rei e um inconveniente primo dos irmãos Pevensie, Eustáquio, se junta as aventuras.

A história começa de forma "relativamente tradicional", um retorno a Nárnia, desta vez pelo Mar onde Edmundo, Lúcia e Eustáquio são resgatados pelo "Peregrino da Alvorada" a náu capitânia da marinha de Telmar.

Com o Rei Caspian X à bordo junto do simpático rato Reepicheep e a tripulação do navio, de humanos e narnianos.

As aventuras são em busca das 7 espadas dos 7 fidalgos de Telmar que haviam se perdido e seriam a chave para deter o mal crescente vindo de uma ilha escura.

Para localizar estes artefatos a tripulação do navio passa por provações, especialmente Lúcia que enfrenta a própria vaidade e o desejo de ser igual a sua irmã, Caspian que tenta superar a perda de seu pai, Eustáquio que enfrenta sua curiosidade e descrença em Nárnia devido a sua mente extremamente racional, e claro Edmundo que ainda se mantém preso ao mesmo desejo de poder e necessidade de afirmação, aquela mesma que esteve presente nos dois filmes anteriores.

Achei curioso nessa "profundidade" dos personagens, algo que se pode alcançar com uma saga mais demorada, é o fato de que Edmundo parece ser realmente o personagem que menos "evoluí", parece ser um garoto preso aos seus desejos mais "perversos" e nunca os deixará, somente se "sobrepõe" a eles nos momentos de necessidade, mas trava e travará uma batalha continua com isso.

Lúcia é uma garota que mudou muito entre os 3 filmes é notória a evolução e no próprio Rei Caspian isso também é possível de ser percebido.

Um triunfo do filme por mim fim na história de Eustáquio, o menino cético e absurdamente racional que enfrente todos estes seus valores ao chegar no mundo de Nárnia. Claro que além disso tem o relacionamento deste personagem com o simpatissímo Reepicheep, o rato falante e bravo guerreiro que possuí um coração e sabedoria impár! O melhor personagem disparado do filme por mim!

Vale ainda ressaltar a presença dos paralelos religiosos e referência bíblicas na história, em especial no final do filme, (quem não viu e quer ver o filme não leia apartir daqui!!!!)
Onde Aslam, o Leão diz que Edmundo e Lúcia não mais retornaram a Nárnia, pois eles estão crescendo e precisam buscar Aslam no mundo "real", Aslam ressalta ainda que ele existe em "outros mundos" de formas diversas.

Enfim, o filme é realmente muito bom, por mim é até melhor do que o "Príncipe Caspian" e rivaliza com o "O Leão, a Feiticeira e o Guarda-roupa". Uma grata surpresa do mês de Dezembro e vale citar que assisti em 3D, onde o filme é realmente divertido em 3D.

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