domingo, 20 de setembro de 2009

A La Chasse

Amanhã encerra-se (ou ao menos deveria) o período de apresentação de propostas para o programa F-X2 BR para o reaparelhamento da Força Aérea Brasileira através da aquisição de 36 aeronaves.

Aos que tiverem a felicidade ou infelicidade de ler este blog comentando ou não, o fato é um só:
"ESQUEÇAM O QUE TEM SAÍDO NOS NOTICIÁRIOS", esta negociação possuí pormenores técnicos e políticos que vão muito além da capacidade limitada de nossos gloriosos jornalistas.

O fato é que a decisão é altamente política, porém isso não excluí aspectos técnicos do programa, o fato da decisão política indicar para a compra do concorrente francês não indica que estamos comprando um avião pior, e sim indica que estamos comprando um avião diferente.
Basicamente em termos operacionais os concorrentes se assemelham muito, e suas possibilidades operacionais para o futuro também são aparentemente muito semelhantes.

Outro ponto chave para que a opnião da mídia seja "desprezada" e a total e completa ausência de conhecimento da mesma sobre o quadro e situação da Força Aérea, bem como as necessidades do teatro de combate moderno e as possibilidades de da política de nosso "pacífico" continente.

A urgência e necessidade imperativa destes caças para ontem é absurda e nossa mídia insiste em não tratar o assunto com a devida relevância e cuidado. Hoje o que vemos não é a briga para vender 36 caças em um contrato estimado de 4 bilhões de dólares... É um negócio que terá vários outros desdobramentos em razão de transferência de tecnologia (desejada pelo governo brasileiro) além de se tratar de um negócio para equipamentos que devem durar ao menos 30 anos...

Outro ponto chave é que o negócio não vai parar em 36 aviões. Nenhum governo ou fabricante de aviões estaria brigando tanto e ofertando tanto em termos de tecnologia e acesso à projetos se a coisa fosse parar por aí. Qualquer um que acompanhe o movimento do mercado de defesa internacional sabe muito bem que o "reboliço" feito pelo F-X2 envolve mais do que 36 aviões e envolve também uma esfera político-diplomática imensa!

Muito existe nesse mato chamado F-X2 e novamente eu peço ao público que atente bem sobre como essa notícia tem repercussão no mundo.

De forma discreta e sútil o fato é que outras concorrências de mesma espécie estão em compasso de espera aguardando saber o que nós vamos decidir. Pela primeira vez desde a redemocratização do país e a criação do Ministério da Defesa, nós estamos SIM tendo papel preponderante do mundo e com atuação digna de potência mundial nos interesses e ofertas feitas até o momento.

Infelizmente nossas autoridades tem tratado com um "humor" que talvez seja excessivo e fatal, dizendo de "caças que daqui a pouco vão vir de graça" ou de "compra casada, compre um e ganhe dois". É o jeito brasileiro de ser, brincando com tudo mesmo com o que é sério...
Mas torço para que o trato seja sério e os contratos firmados não sejam fracos à ponto de nos deixar reféns como já fomos em vários outros fossem na área de defesa ou não.

Seja como for ou com quem for a realidade é uma só: URGÊNCIA!
Precisamos dos novos caças e precisamos deles para ontem e esse mega investimento é quase tão importante quanto investimento em educação e saúde no momento.
A liberdade e soberania da pátria não possuem preço, ou seja, 4 bilhões de dólares é uma pechincha!

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