sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Marinha para o futuro... Como deve ser?




Parte da resposta em teoria está na foto acima.

Maquetes do CVF (Britânico) na parte mais baixa e no alto o PA2 (Francês). Notem a grande semelhança dos desenhos.
Os projetos originalmente correriam sozinhos um em cada país, porém devido às crescentes dificuldades de custos para o desenvolvimento de novos modelos de equipamentos militares (seja em qual área for) os dois países decidiram se juntar.

Bem, claro que imaginar um navio dessa classe à disposição do Brasil seria meio absurdo, ainda mais agora que os recursos que forem obtidos do pré-sal não vão custear a sua defesa, dado que a Marinha está ficando com uma parcela muito abaixo do mínimo necessário.

Enfim, mas essa farra do pré-sal a gente já podia imaginar, porém não custa pensar que o governo no final vai acabar tirando dinheiro do ## para pagar a "defesa" do pré-sal.

Originalmente o projeto CVF/PA2 trataria de uma classe com 3 navios na ordem de 65.000 toneladas de deslocamento, sendo 2 unidades inglesas e 1 francesa, isso permitiria que ambas as Marinhas mantivessem suas capacidades de ter sempre 1 porta-aviões no mar e condições de operar.
Esse é o molde da marinha francesa desde a Classe Clemenceau (final dos anos 50 e início dos 60) e também era o modelo com o qual os Britânicos trabalhavam desde o fim da 2ª Guerra Mundial, porém na Inglaterra sempre existiram mais de 2 porta-aviões (sendo mais leves também).

O projeto do CVF começou ambicioso, existia até a possibilidade de que o porta-aviões fosse operar com sistema convencional de CATOBAR (Catapult Assisted Take-Off But Arrested Recovery) ou seja um sistema de catapultagem para a decolagem e pouso com uso de cabo de arresto.
Mas o desenho final se focou em um navio mantendo as características de deck da Classe Invencible, com uma rampa de decolagem e preservando características do tipo de "navio de assalto" apesar do tamanho e peso.

Já o PA2 Francês deveria ser um segundo navio da Classe Charles De Gaulle mas o "Belo Antônio", como ficou conhecido o "CdG" na França, causou mais problemas ao governo francês do que este jamais poderia imaginar.
A tecnologia para um novo reator nuclear já foi dominada e todos os problemas em torno disso já estariam resolvidos, até mesmo a construção seria mais simples e as falhas do primeiro CdG não seriam repetidas, porém o trauma foi tão grande e os custos para se operar um Porta-Aviões Nuclear tão proibitivos que os franceses optaram pela propulsão convencional.

Os dois projetos se encontraram assim e as duas nações estão levando o processo à cabo, porém recentemente, meses depois das primeiras chapas de metal do Queen Elizabeth serem cortadas, os britânicos foram forçados a "sacrificar" o segundo da classe, o "Prince of Wales" será construído, contudo será somente um "porta-helicópteros".

A corda apertou no Reino Unido devido ao custo do programa JSF (o F-35, avião americano que equiparia os navios britânicos), porém o processo já estava em um ponto no qual o cancelamento de um dos navios seria inaceitável para a Marinha e para a oposição política na Inglaterra.

Porém isso abre uma brecha enorme!

Com uma aliança estratégica com a França e o fato de que hoje em dia quem tem dinheiro compra o que quer... Não seria absurdo sonhar no Brasil entrando nesse bolo como cliente de oportunidade.
Custeamos parte do desenvolvimento, aliviamos a corda para britânicos e franceses e levamos na sacola um ou dois CVF/PA2 para casa (claro que o ideal seriam 3, de forma a ter 2 prontos para combate a qualquer momento).
Claro que é sonho e muito teria que se avaliar, os custos seriam exorbitantes e com toda certeza muito maiores do que qualquer outra coisa da qual o Brasil já tenha participado (seria muito maior até do que o projeto de nosso submarino nuclear).
Porém esta é uma oportunidade muito grande.

Fechando-se a compra dos Rafale franceses para equipar a FAB, o porta-aviões já viria 100% apto à operar os Rafale M (versão naval do caça) e com isso uma encomenda maior de Rafale poderia ser feita com isso uma "nacionalização" maior do caça poderia ser pleiteada, e mais empregos poderiam ser gerados, com mais tecnologia e conhecimento sendo absorvidos pela indústria nacional e podendo até gerar redução custos operacionais devido a escala industrial do produto.

Mesmo com problemas e custos a lógica é fantástica e a oportunidade de "ouro".
Não custa sonhar, afinal não paga imposto! (ainda)

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