sábado, 4 de dezembro de 2010

Velocidade... Rapidez...


Palavras cada vez mais presentes em nosso cotidiano, cada vez mais presentes em nossas vidas, de tal forma que passamos a ser criados para isso, criados para sermos rápidos, precisamos de fazer cada vez mais e mais rápido e mais rápido, produzir mais rápido, consumir mais rápido, crescer mais rápido, o tempo é curto então que seja tudo mais rápido...

Eu mesmo sempre considerei tempo algo extremamente relativo e por tanto a rapidez e velocidade são conceitos que por vezes parecem se perder ou ganhar novos significados. Com o tempo sendo "relativo" como já diria o velho amigo "Albert" então nós temos possibilidades sem número de destruir a criar, e como é bom por vezes "criar tempo".

Então como lidar com a rapidez e velocidade com conceitos tão vinculados ao tempo se o tempo pode não ser tão preciso quanto pensamos ou acreditamos, se quando estamos em nossos momentos de introspecção ou prazer o tempo corre diferente de quando estamos em casa, ou diferente de quando estamos no trabalho ou em aula e mais diferente ainda é aquele tempo em que você faz simplesmente nada além de travar o olhar no relógio contando segundos passarem, e nem entrei naquele tempo das intimidades...

Eu me perdi com o passar de anos, me tornei escravo do trabalho em várias convenções sociais, um monstro que se liberta por vezes em encontros com os amigos em mesas de bar ou simples idas ao cinema ou até mesmo no caminhar com um bom amigo de muito tempo...


A um ano atrás conheci um "método" de ao menos tentar me libertar das amarras do tempo e sua impiedosa escravidão... Um alguém que me tornava mais leve, causava conforto, paz, trazia compreensão e balanço as minhas idéias, o equilíbrio.
Mas foi tudo muito tênue e essa pessoa mesmo com seus encantos e magias se evaporou, volátil e novamente rápido, veloz... Mesmo que eu tentasse, mesmo que eu esperasse pelo retorno de uma jornada, aquilo se perdeu e força da dor veio como um monstro.


As amarras e limitações ressurgiram e o processo de descoberta de muitas coisas boas em mim mesmo foi encerrado, com direito até ao sepultamento de outras...
Mas após todo o Inverno frio e nebuloso vem a Primavera, para fazer a vida voltar a aflorar os campos ganham cores e novamente o ciclo do tempo está presente mas agora não necessariamente com aquela velocidade e rapidez, porém somente com a leveza, beleza e satisfação de ser o tempo passando e então desembocamos no Verão quente, ensolarado e de dias em que o dia parece sorrir para o mundo.

Eu me reencontrei por acaso, com a ajuda de um outrém...

Quando eu esbravejava aos meus amigos a alegria da solteirice e chorava a tristeza da solidão, quando eu vivia a tranquilidade de minhas idéias e a plenitude do tempo somente para mim...

Eis que a vontade dos céus aparece, e por meios estranhos, as vezes um amigo que lhe promete algo e você já não acredita mais ser possível, uma presença de renovação, restauração, redescoberta e descoberta aparece em sua vida...
Eu já tinha perdido boa parte de minha fé... Eu estava em minha vida, tão concentrado em mim mesmo, tão satisfeito com minhas rotinas, minhas manias, tão preso a mim mesmo...

Que uma pessoa de pele morena aparece eu sorriu e as paredes do quarto branco da alegria tranquilidade e marasmo infinito se quebraram... ONDE EU ESTOU AGORA?!?!

Me deparei novamente com a visão da costa, o oceano, o Mar o sem fim no horizonte o infinito em minha mente a libertação de sentimentos e modos, a real expressão do que sou eu, pedindo pelo mar e por navegar...
E a pessoa que me transportou de ambiente permanece a me sorrir e o tempo já não é mais tempo, mas a rapidez a velocidade aqui estão, mais fortes do que nunca em uma "fúria sem fim" (se é que fúria é o termo correto)... Intensidade, RÁPIDO, intensidade, VELOZ, intensidade, MAIS RÁPIDO, intensidade, MAIS VELOCIDADE!!! E o tempo?! E o tempo?! Parou? Andou?? Girou? Correu? Ficou mais lento? Mudou??!

Não... intensidade criou... criou e criou o tempo e criou o fogo e criou o ardor e criou a chama e os pulos enormes e os saltos que faço e repito e como se fosse do mais alto penhasco direto ao mar.
E aí o tempo relativo... Tempo que passa e não vejo, que corre e não alcanço ou então se arrasta quando ela está longe e demora uma légua para passar, mas se apequena e acelera quando o contato feito começa e logo termina sendo horas que se parecem minutos.

O tempo que se cria para se ver, para se encontrar é o mesmo que se destrói em processo lento quando estas longe, mas é o mesmo que parece ser anos mesmo que não passe de semanas...

O tempo tão relativo e por vezes tão vil e cruel é aquele que fez a velocidade e rapidez transformarem semanas em anos, ou ao menos a sensação que tenho é essa...
"Tu te tornas eternamente responsável pelo que cativas" e eu aceito isso sem problemas, espero que ela também...
E como diria Sean, na música declamada por ele que é dos Beatles, "... in my life I loved you more".



E o tempo comeu as linhas, as línguas as frases as bocas, ou sumiu com tudo ou criou tudo e tirou o sentido ou simplesmente me tirou as palavras com que de assalto tudo se foi e o sorriso que fica, no meu rosto na minha mente, no meu dia, simplesmente de pensar nela, de sentir o perfume ao acordar, de imaginar seu rosto ao parar na varanda, de entrar no carro e olhar para o lado e ver um fio de cabelo...

Você vai e leva uma minha parte contigo... Me leva contigo... Me leva...

Eu hoje estou assim... e "extase" como alguém me disse por uma mensagem... Eu também estou em extase, melhor dizendo...

Nada mais razoável do que se sentir um garoto diante de uma mulher e por vezes se sentir o homem, essa variância essa mudança e essa loucura toda... Só sei que no final eu sou feliz pelo hoje, pelo agora e pelo ontem, pelas ultimas semanas...

Espero ser feliz assim pelo futuro e como alguém mesmo também me disse, por que temer algo pelo fim que eu nem sei se existirá...

Acordei feliz, o dia sorriu para mim, e agora sorriu novamente...

Adoro-te my sweety!
 
 
 

Nenhum comentário: